No ecoponto amarelo devem ser colocados quase todos os materiais de embalagens que se encaixem nesta definição, incluindo pacotes de leite e de sumo constituídos por materiais mistos (cartão com alumínio e plástico). Não devem ser depositados pequenos eletrodomésticos, pilhas ou CD’s.
Ilha de plástico
Há uma “ilha” de plástico a flutuar no Pacífico com 1,6 milhões de quilómetros quadrados, o que equivale a mais de 17 vezes o tamanho de Portugal. Há 80 mil toneladas de plástico a flutuar nessa ilha.
Apesar de haver concordância quanto a chamar a este aglomerado “Ilha”, é importante salientar que esta mancha de resíduos é a área de maior concentração de plástico flutuante, significativamente mais elevada do que noutras partes do oceano.
Formou-se pela acumulação de plástico flutuante que circula nos oceanos, em particular no giro do Pacífico Norte, e está relacionado com o facto de a gestão de resíduos ser incipiente ou inexistente em muitos países que o bordejam, em especial no continente asiático, com economias emergentes e elevado número de habitantes. Os padrões de circulação oceânica de larga escala geram correntes circulares que criam uma espécie de vórtex que vai acumulando objetos flutuantes no seu ‘interior’”. Todos os grandes oceanos têm acumulações de lixo flutuantes na sua zona central, os chamados “giros”: há dois no Pacífico, dois no Atlântico e um no Índico. Mas a ilha de plástico do Pacífico Norte é a maior.
Em 2015, a organização sem fins lucrativos “The Ocean Cleanup”, com 30 navios e 652 redes de arrasto, realizou uma expedição com o objetivo de medir a quantidade de lixo presente nesta “ilha”. Em 2016, fizeram imagens aéreas desta grande ilha. Além de concluírem que a Grande Mancha de Lixo do Pacífico ocupa uma área de cerca de 1,6 milhões de quilómetros quadrados, os cientistas estimam que haja mais de 1,8 biliões de pedaços de plástico a flutuar (o que equivale a 250 peças de detritos por cada humano na Terra) que pesam cerca de 80 mil toneladas.
Ao todo, 99,9% dos detritos encontrados pelos cientistas nesta parte do oceano são plásticos. Encontraram recipientes, garrafas, tampas, fitas de embalagens, cordas, redes de pesca ou pequenos pedaços. Conclui-se que 92% eram objetos maiores do que 0,5 centímetros e 8% eram microplásticos (entre 0,05 e 0,5 centímetros).
Viu-se também que os microplásticos se estão a acumular rapidamente: dos 0,4 quilos por quilómetro quadrado nos anos 70 passou a haver 1,23 quilos por quilómetro quadrado em 2015.
A maior parte do material existente chega como detritos grandes e passa a microplástico. Ao longo do tempo, podem degradar-se em partículas nocivas cada vez mais pequenas, que são ingeridas e/ou absorvidas pelos seres vivos que habitam os oceanos, fazendo já parte da sua cadeia alimentar e com consequências ainda desconhecidas. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, a distribuição de plástico no oceano é de 15% à superfície, 15% nas praias e 70 % nos fundos marinhos. Outros estudos mostraram que já se encontraram cerca de 700 espécies com lixo e 92% desse lixo era plástico. Pode afetar a nossa cadeia alimentar e afeta a economia, nomeadamente com os custos de limpeza das praias e os prejuízos nas pescas. Os custos da poluição de plástico estimam-se ir até aos 10.500 milhões de euros por ano.