O “escaravelho da palmeira”, Rhynchophorus ferrugineus, é um coleóptero que provoca estragos importantes que podem conduzir à morte das plantas.
O seu ciclo de vida: ovo – larva – pupa e adulto decorre no interior da planta ou na base das folhas, o que torna bastante difícil a sua deteção precoce.
Possui grande capacidade reprodutiva, completando o seu ciclo biológico em apenas três a quatro meses. Isto significa que podem ter pelo menos três gerações por ano. Quando não há alimento para a próxima geração, os insectos adultos colonizam outras palmeiras, voando longas distâncias (3 a 5 km) ou caminhando pelo solo, procurando o alimento.
As palmeiras afetadas apresentam vários sintomas como a coroa desguarnecida de folhas jovens no topo ou com aspeto achatado pelo decaimento das folhas centrais, orifícios e galerias na base das folhas podendo conter larvas ou casulos com pupas e/ou adultos e folíolos roídos e desiguais.
Como controlamos esta praga?
No Município de Setúbal, todas as palmeiras Phoenix canariensis existentes em espaço público, são submetidas a um programa mensal de tratamentos preventivos optando-se, sempre que possível, pela luta biológica (à base de nemátodos entomopatogénicos) que é alternada por tratamentos fitossanitários com produtos fitofarmacêuticos homologados.
Para a monitorização da praga e para a captura bimensal de escaravelhos adultos, ao longo de todo o ano, estão instaladas em vários locais do concelho armadilhas com feromonas e isco alimentar.
Sempre que possível, adotam-se as medidas que permitam a recuperação da palmeira atacada (poda, tratamento, etc.) mas, nos casos em que a infestação já se encontra numa fase avançada e em que se considera que a planta não tem capacidade para recuperar, procede-se ao seu abate e destruição, tomando as devidas precauções no sentido de evitar a dispersão dos insetos adultos para as palmeiras vizinhas.
Cuidados especiais
Para minimizar o risco fitossanitário, a poda das palmeiras deve abranger só as folhas secas ou demasiado baixas, evitando-se podas excessivas, tipo “ananás”. O corte das folhas só deve ser realizado de Novembro a Fevereiro (período mais frio e de menor actividade do insecto adulto).
Os resíduos resultantes da poda das folhas devem ser triturados ou queimados em destino autorizado.
No caso dos proprietários de palmeiras afetadas, o material vegetal proveniente do arranque de plantas ou das podas sanitárias deve ser destruído no local, seja por estilhaçamento ou enterramento em vala profunda, com pelo menos 50cm de profundidade, ou pela sua queima.
No caso de não ser possível proceder de imediato à sua destruição, os mesmos poderão ser amontoados, pulverizados com produto fitofarmacêutico homologado e cobertos com plástico até à sua destruição.
Espécies hospedeiras: No nosso país a espécie mais atacada e sensível é a Phoenix canariensis (palmeira das Canárias), embora também já tenham sido registadas infestações em Phoenix dactylifera L. (palmeira tamareira) e Washingtonia spp. (palmeira de leque).