Os golfinhos do Sado, da espécie Tursiops truncatus, que tem como nome comum roaz –corvineiro, são cetáceos com ampla distribuição geográfica, ocorrendo tanto em águas temperadas como tropicais.
O ciclo de vida do roaz é similar ao dos mamíferos de grande porte, apresentando uma grande longevidade e uma reprodução lenta. As crias ficam dependentes da progenitora durante 2 a 6 anos e após a separação, os juvenis tendem a associar -se com animais da mesma idade, constituindo grupos de animais sub adultos inexperientes.
A comunidade residente de roazes é constituída por cerca de 30 indivíduos e apresenta hoje uma situação estável, no entanto há que destacar a existência de fatores de risco que tornam a espécie especialmente vulnerável, nomeadamente o reduzido efetivo populacional, a maturidade sexual tardia, a longa gestação e a área vital limitada.
A população de golfinhos-roazes residentes apresenta um elevado grau de dependência do estuário do Sado, sendo a utilização do habitat diferenciada consoante a atividade vital em curso. Atualmente a zona da foz do estuário é uma área muito importante, bem como a zona interior do estuário, junto aos limites e no interior da Reserva Natural do Estuário do Sado.
Morfologia
Comprimento
2 – 4 m (adulto)
0,9 – 1,3 m (recém-nascido)
Peso
150 – 600 Kg (adulto)
25 – 30 Kg (recém-nascido)
O roaz-corvineiro apresenta uma coloração geral escura, com os flancos cinzento-azulados, mais claros que o dorso, e parte ventral da metade anterior do corpo mais clara, podendo mesmo apresentar-se branca, ligeiramente acinzentada ou rosada. Salienta-se a existência de uma estria escura que se estende desde o olho até a barbatana peitoral. As barbatanas são escuras e geralmente têm a cabeça e corpo robustos.
As barbatanas peitorais são longas e esguias, com extremidades pontiagudas e bases largas. A barbatana caudal, em posição horizontal, apresenta um V distinto a meio, lobos côncavos e as extremidades recurvadas para trás. A barbatana dorsal, de forma falciforme, apresenta uma base larga e extremidade adunca, podendo o centro da barbatana ser mais claro que os bordos. O bordo posterior da barbatana dorsal é menos espesso que o anterior, sendo facilmente fragmentado. Os cortes e incisões do bordo posterior, bem como a forma e inclinação da dorsal, permitem identificar individualmente os diferentes indivíduos.